Hoje é mais um daqueles dias em que a imagem política dos políticos sai manchada.
11 dias depois de ser reeleita para o Parlamento Europeu, Elisa Ferreira afirma, em tons nostálgicos e algo melancólicos que, se ganhar as eleições autárquicas no Porto, renuncia ao seu mandato no Parlamento Europeu.
Disse ainda que "Sou novamente deputada eleita ao Parlamento Europeu, mas 'às regalias' desse trampolim inconfessável (!) quero renunciar pela minha cidade, pela presidência da Câmara do Porto", seguindo-se uma ruidosa salva de palmas...
Mas palmas porquê?? Porque foi eleita para um poleiro a pensar noutro?
Se era a CM do Porto que queria não se candidatava ao Parlamento Europeu!
E mesmo na altura de dar tudo pelo Porto, diz que "só abandona Bruxelas de vez se ganhar a presidência da Câmara."!!
São estes os políticos que queremos? É a isto que chama "renunciar pela minha cidade"??
Não, isto é o cúnulo dos tachos, a completa descrensa nas suas próprias capacidades, o medo de perder um lugar e não conseguir o outro.
Basicamente, o que Elisa Ferreira diz é que só renuncia a um poleiro se, à sua espera, tiver outro.
Os euro-deputados portugueses antes de se familializarem com as suas cores políticas devem ser identificados como portugueses e, sinceramente, não gosto de ser conotado com políticos de multíplas frentes mas sim com políticos a tempo inteiro que assumem as suas escolhas, ou, se preferirem, as escolhas dos seus partidos.
Bem sabemos que são ínfimas as hipóteses de Elisa Ferreira ganhar a Câmara Municipal do Porto, mas não deixa de ser uma atitude lamentével e nociva para os poucos que ainda tentam dar alguma dignidade e competência à política em Portugal.